segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

AFINAL, QUANTOS SOMOS???

Ninguém se entende com o número de eleitores e de votos...
Como de costume assiste-se ao espectáculo do "jogo do empurra"...
Com quase 10 milhões de eleitores deveremos ser um país com mais de 12 milhões...
A incompetência tem limites! E o desinteresse pela verdade também...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

EGITO... UM NOVO FUTURO

O que se passa no Egito vai mexer com a "ordem" estabelecida há muito, com o apoio explícito ou implícito dos EUA e da UE.
O contágio animará uns e atemozirá outros.
O mundo não está apenas aqui tão perto. As mudanças do mundo estão aqui tão perto, que nos obrigam a sair para a rua do debate e da participação cívica.
É preciso perceber, ter capacidade para acreditar que uma nova ordem mundial é possível. Mas que não podemos cruzar os braços. Se o fizermos correremos o risco de ver o novo a passar e ficarmos agarrados a coisas velhas sem sentido.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Os 7 pecados mortais... segundo Ana Benavente...

Em entrevista à Revista Lusófona de Educação, a antiga Secretária de Estado da Educação no Governo António Guterres, apontou os seguintes pecados mortais ao PS liderado por José Sócrates.
1. Adopção das políticas neoliberais e, portanto, abandono da matriz ideológica socialista;
2. Autoritarismo interno e ausência de debate, empobrecendo o papel do PS no país;
3. Imposição de medidas governativas como inevitáveis e sem alternativa, o que traduz dependências internacionais não assumidas nem clarificadas para o presente e o futuro;
4. Marketing político banal e constante, de par com uma superficialidade nas bandeiras de modernização da sociedade portuguesa;
5. Falta de ética democrática e republicana na vida pública e na governação;
6. Sacrifício de políticas sociais construídas pelo próprio PS em fases anteriores;
7. Falta de credibilidade, quer por incompetência, quer por hipocrisia, dando o dito por não dito em demasiadas situações de pesadas consequências.
Veio logo a resposta "oficial" pela voz do agora deputado Capoula Santos: estas críticas não são novidade porque se trata de uma posição de despeito desde que foi afastada das listas do PS...
Imaginemos só quantos "sofredores" passarão a existir quando houver apenas 180 deputados!...

Violência familiar

Primeira página do Público. 43 mulheres mortas em 2010 por violência doméstica em Portugal. Mais duas páginas de atenção ao tema. E tudo isto é a mera ponta de um enorme iceberg. As violências no seio de muitas famílias e ex-famílias continuam a ser motivo de silêncios comprometidos. Aflorar o extremo da morte é importante. Mas não chega. É preciso ir mais longe e falar verdade, muitas vezes de coisas que se passam entre portas das pessoas que conhecemos e de quem somos amigos. Aqui ficam os nomes das 43 mulheres assassinadas. Por agora resta-me lançar este apelo num blog em que não escrevo há anos e que decidi voltar a utilizar. Ana Carvalho, Sofia, Luísa Travanca, Valiantsina, anónima, Elizabeth Oliveira, Paula, Zulmira Mamade, Maria Amélia Carvalho, Martine Gomes, Maria Iolanda Oliveira, Amália Guerreiro, Cláudia Póvoas, Carminda Fernandes, Ana Maria Sousa, Florbela Pinto, Margarida Alves, Leocádia Brito, Anabela Batalha, Georgina Zito, Fernanda Nazaré Barroca, Odete Ferraz, Conceição Ferreira, Maria Irondina Rodrigues, Maria Fátima Ramos, Fernanda Ferraz Freitas, Sabina Dorea, anónima, Eugénia Madeira, Isabel Martins, Rosa Branco, Sílvia Silva, anónima, Paula, Ester Silva, Rosa Vieira, Stephanie Gomes, Aldina Martins, Ângela Sousa, Vera Mendes, Emília F. Valente, Maria Arminda V. Leite, Maria Olívia Fernandes.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Para o Luís, do meu filho João Miguel

FICA EM PAZ AMIGO...

O mundo obriga-nos a crescer e transforma-nos, assim como tu nos obrigaste a crescer e mudar. Ninguém disse que a vida era justa. É dizer pouco... Ela não é justa! É assim que vemos, todos os dias, o que nos rodeia, mas nem sempre queremos acreditar.

Não esquecerei o teu exemplo como pessoa e amigo e a tua vontade de que TODOS pudessem viver melhor eu partilho e sempre partilharei. Por vezes vemos de que forma somos peões nesta vida na qual muito pouco está ao alcance de cada um. E a tristeza que comove quem te conheceu, só pode dizer a pessoa boa, corajosa, amiga, brincalhona, forte e também revolucionária que foste.

Se hoje é um dia que a todos dói é porque nunca te esqueceremos... Ao mesmo tempo que soube da noticia, a Gui (já tua amiga no Facebook!) estava na maternidade a ver nascer a primeira neta de um grande amigo dos pais dela. É fácil dizer que uns partem para outros aparecerem com novos olhares e ideias.... O difícil é dizer aos novos que aparecem que a vida é injusta... A educação que tive e que tu também tiveste ensinou-nos a lutarmos e a esforçarmo-nos por um cantinho melhor. É assim que esta criança, espero também o fará. O meu desejo é quando ela tiver uma noção do NOSSO mundo este já seja um sítio pelo qual nos orgulharemos tal como o nosso orgulho por ti.

Estamos confusos também porque a notícia veio inesperada... Já sem a luz do farol que eras para mim e, digo-te, para muitos que te viram crescer. Sinto-me perdido... Amanhã será tempo para ver o mundo com outros olhos. Sabendo eu que não basta ser boa pessoa. É preciso deixar o mundo melhor. Sei que tu o conseguiste e em todos colocaste a vontade para o conseguir também!

Fica em paz amigo...

domingo, 25 de outubro de 2009

ADEUS COM LÁGRIMAS E ATÉ SEMPRE

AO LUÍS, MEU ETERNO AMIGO


Conheci-te andavas na barriga da tua mãe. O teu pai andava longe, à procura de um sonho. Abril tinha sido há pouco tempo. Eu começava muito cedo os meus dias de trabalho na Siderurgia Nacional. Todas as tardes partia para as febris reuniões de salvar a pátria e construir novos caminhos. A palavra revolução andava escrita em cada gesto, em cada momento, em cada bandeira desfraldada. Tínhamos a idade da inocência. Alguns de nós fomos permanecendo assim.

Lembro-me da primeira vez que conheci o teu pai. Obrigou-me a comer sopa no fim de um jantar em que matei a fome empanturrando-me com tudo o que me ofereciam. “Aqui em casa todos comem sopa!” Ficámos Amigos desde então. Todos. Já lá vão mais de 30 anos. Tinhas 32 na noite em que partiste do convívio deste mundo. Continuamos Amigos. Porque fazemos parte da vida de cada um dos que connosco se cruzam e permanecem.

Recordo muita coisa, querido amigo. O teu sorriso que se iluminava quando descobrias qualquer coisa nova. O teu humor precoce. A inteligência que cedo revelavas. Uma sensibilidade invulgar. A arte que punhas nas coisas. A bondade e a coragem que foste mantendo toda a vida. Inquietação, procura, descoberta, como traços de um carácter irrequieto e incansável. Não fui só eu a admirar-te e a aprender contigo. Tocaste tantos outros.

Ensinei-te algumas coisas num tabuleiro de xadrez e, quando me acompanhavam a alguns torneios, tu e o meu filho mais velho, não era para assistirem a umas partidas, mas para participarem nelas. Como me sentia feliz a olhar para vós, o meu filho e tu, que eu amava quase como se meu filho fosses. Os dois sentados em frente do tabuleiro a moverem as pedras e a carregarem nos relógios. E a gente, à volta, a olhar para os putos com admiração. E eu a desfazer-me de prazer.

Foram passando os anos e acontecendo coisas. Previstas e imprevistas. Houve convívios quotidianos e afastamentos mais ou menos prolongados, mais ou menos dolorosos. Mas, em cada reencontro, era a conversa que recomeçava, como todas as cumplicidades e aventuras, os jogos e desafios, as gargalhadas ou as lágrimas. Fomos crescendo assim. Juntos. Mesmo quando separados.

Há uns anos saíste do país onde morrias sufocado. E partiste para as tuas afirmações de homem livre e poderoso e frágil e vitorioso e sofrido. Fui sabendo de algumas coisas. Foste sabendo de mim e de todos. Quando a Web permitiu, recomeçámos o convívio. Servimo-nos dos emails como traço de união. Por último facebookávamos e tornámo-nos vizinhos de farms virtuais. Sonhávamos ainda. E continuamos a sonhar.

Não interessam religiões ou crenças. Não interessa nada mais para lá desta presença que vence todas as ausências. Onde quer que estejas estás aqui tão perto de mim que este ADEUS que te deixo não é mais do que o ATÉ SEMPRE que sempre praticámos.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

DA BÍBLIA...

A propósito da última polémica levantada por Saramago recebi uma mensagem do meu amigo José Luís Ferreira que vem publicada no seu blog http://omeuflash.blogspot.com/ que, desde já, vos convido a visitar.
De qualquer forma aqui vai o texto completo.
...
Vasco Valente Correia Guedes, que usa assinar com o pseudónimo Vasco Pulido Valente, parece que só em alguns dias pares do ano consegue ser lúcido e aturável. De resto, em todos os dias ímpares, além dos restantes pares, é um velho chato, rezingão, convencido de um largo saber e de mais que variável humor, se é que alguém, alguma vez, lho descobriu.Já li coisas boas de VPV (soa melhor e é garantia de melhor proveniência), muito provavelmente nalgum dia par do calendário. Mas a data de ontem, 23 (dia ímpar, note-se), o social democrata, pela graça de Deus nascido num bom berço e que faz gala em se apresentar como tendo feito o seu aprendizado académico superior na ultrachique Oxford, revelou-se um elitista repugnante face ao comunista (cruzes!) José Saramago, dedicando-lhe uma peça miserável acerca das suas últimas declarações que incomodaram os católicos, mesmo a larguíssima multidão deles que são, consabidamente, pseudoleitores ou (menos ainda) conhecedores da Bíblia.A gratuita rudeza, a manifesta sem-razão, o ódio encarniçado, o veneno que vomitou na sua coluna de ontem no Público acerca do autor de Caim, foram confirmados pelo frente a frente, moderado por Mário Crespo, entre Saramago e o padre Carreira das Neves.Na sua referida coluna de ontem, VPV (a quem o Correia Guedes não garantia o berço desejado) considerou, bem explicitamente, Saramago inculto, iletrado e ignorante e um pobre coitado como são, na sua óptica, todos os não nascidos num berço de ouro, rico e com dossel adamascado ou de seda como seria, supostamente, o seu.Já no debate, o teólogo e especialista em temas bíblicos não só não usou da mais leve falta de respeito pelo genuíno ateu que é o autor de Caim (antes pelo contrário, fazendo-lhe até elogiosas referências), como não conseguiu contrariar Saramago, que mostrou saber do que falava. Ao contrário, foi o Nobel que deixou atrapalhado e sem convincente argumento o teólogo e biblicista.Infeliz e… (como hei-de dizer…) infantil (sem dúvida o caso) foi o clérigo que, a dado passo, e a propósito da linguagem metafórica dos textos sagrados aludiu a natural compreensão, para o fenómeno, de um autor que tanto lança mão da imagética, como acontece com o seu opositor. Mas, curiosamente, antes que, com a sua habitual calma, Saramago lhe desse resposta a tal ingenuidade, foi Mário Crespo que, não se conteve e referiu que se o Nobel usa de tais imagens e metáforas nos seus livros… Estes, porém, não são sagrados!Foi, realmente, um debate interessante e de nível, aquele a que assistimos esta noite.Coisa bem diferente foi a chicana deplorável do sr Correia Guedes.