terça-feira, 8 de setembro de 2009

AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES

Aqui de longe, onde me encontro, preciso das notícias que me chegam dos amigos, preciso da net e dos blogs, preciso de procurar.
Os noticiários de que disponho nestas televisões e rádios do grande ex-império são esmagadoramente provincianos, pequeninos e manipuladores. Falam das esquinas das ruas próximas, do crime de alcova, do desporto caseiro. Celebram os desastres e as mortes das celebridades como vampiros sedentos. Vendem o que é fácil. Eternizam a ignorância.
De Portugal chegam-me os emails e posso vasculhar notícias.
Recebo muitas opiniões a criticar este e aquele. Raramente recebo um comentário a apoiar este ou aquele.
Por isto e por aquilo é que não voto no Sócrates, dizem uns. Reparem no que os castelhanos dizem do cartaz da Ferreira Leite, dizem outros. Do que resta do panorama político português fala-se pouco: não serão poder (também o sabem)… por isso poderão continuar a ser oposição (o que é muito bom e até dá dinheiro)…
Em Portugal (como noutros sítios) não se vota POR. Vota-se CONTRA.
Não há coragem para dizer “eu voto em A, porque é o melhor, o mais honesto, o mais competente, o incorruptível!”
O que se diz é mais cómodo e tem mais a ver com a doença infantil do português errante, a inveja. “Não voto em A!”
E fica dito.
Sou contra o que está e serei contra o que vier. Não me peçam mais nada porque nada mais darei.
Uma vez mais se confirmará a tragédia dos últimos 400 anos. Não se quer o melhor. Quer-se o menos mau dos piores!
É caso para o ateu dizer “Valha-nos Deus!”

3 comentários:

  1. Como eu sei que tu sabes que eu sei do quê que estamos a falar, :) só te faço um pequeno reparo: escolhe-se o menos mau sim, mas não necessáriamente dos "piores" até porque há sempre pior, por muito que consideremos que já não é possivel descer mais baixo.

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  2. É um traço de mão segura: retrato bem feito...

    (Apraz-me a sua estreia e auguro-lhe as melhores postagens)

    abr, cá do além grande Oceano
    jlf

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  3. Pois é...
    Mas, desta vez, provavelmente a opção não é pela negativa, em relação aos que estavam antes. O que ficou claro dos debates é que não há alternativas melhores..., infelizmente.
    Pode não concordar-se com o estilo dos vários protagonistas, do 1º aos 2ºs, mas a questão é que o país roça a ingovernabilidade e a bancarrota, o que exige firmeza e políticas claras. Como não queremos a ditadura, como alguém inocentemente falou, é em democracia que as temos de encontrar. E firmeza e clareza só aparece uma. O governo imprimiu um rumo ao país, sanou as contas públicas, o futuro das reformas começa a dar frutos contra interesses vários instalados. As alternativas nada apresentam de concreto que seja fiável, as suas lideranças são absolutamente patéticas e só convencem quem é cego. Solução? Continuidade à vista. É preciso dar tempo para consolidar as políticas, renovar protagonistas desajeitados, investir nas pessoas, nas empresas, nos serviços públicos para cumprirem as suas missões, nas infraestruturas que modernizem o país e o melhor integrem na economia global, para dela tirar os frutos que o potencial que todos temos permite.
    AC

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